Londres,
25 de dezembro
Feliz
Natal, Ruivo!
E aí,
como andam as coisas com você, com sua avó e com esse país lindo que é a
Irlanda? Espero que tudo esteja indo muito bem!
E seu
Natal? Ganhou muitos presentes? Comeu muita coisa gostosa? Lembro-me de você
comentar que sua avó era excelente cozinheira...
Por aqui
as coisas vão indo. Ontem eu e Tio Augie recebemos a visita de Tia Flora, que
nos trouxe beijos e doces, principalmente aquelas nuvens que ela faz e que ninguém
sabe fazer igual! Fez umas de morceguinhos para mim e outras de corvos e
gatinhos pretos para Tio Augie. Jack mal cabia em si de alegria por poder
correr atrás de uma nuvem de morceguinho, e Edgar, o corvo do tio Augie, não
teve escrúpulo algum em abocanhar um irmão seu em forma de nuvem...
Tia
Ondina (aquela que faz viagens astrais) também apareceu, breve como uma brisa
de verão. Trouxe um filtro antiazar pro tio e um perfume maravilhoso para mim.
Revi meus primos Clark, Edward, Lucy e Flick (que fez para mim uma saia verde
limão que ninguém merece!!), que também passaram por aqui para nos desejar um
rápido Feliz Natal. Klaus nos enviou um cartão maravilhoso da Romênia. De Tia
Stella, todavia, nem sinal... Até essa mágoa dela passar, já se irão anos,
acredite...
E até foi
bom o pessoal não se demorar aqui na casa do Tio Augie mesmo, porque as coisas
andam meio fora de controle. Por mais que nos esforcemos com os filtros e os
feitiços antiazar, a Mão do Invisível anda inclemente; os acidentes e incidentes
se multiplicam, e um caldeirão lotado de poção chegou a ponto de explodir em
frente ao tio, e olhe que ele nem havia terminado de falar metade do feitiço!
Se eu não estivesse por perto e lançado um evanesca imediato, Tio Augie teria
se queimado todo, coitado...
Até Jack
e Edgar têm evitado ficar perto do tio. Sabe, Luke, eu fico morrendo de pena
dele, coitadinho. Não sei mais o que fazer para ajudá-lo nessa luta desigual.
Às vezes ele se irrita, outras vezes se deprime, e nessas horas ele acaba bebendo
além da conta...
(Pode
ficar sossegado, seu chato, que eu não estou bebendo também não, sim?)
Pelo
menos Tio Augie me permite ficar por perto e tentar ajudá-lo; sou a única
pessoa de quem ele não tem vergonha. Se não fosse isso, ele estaria amargando
esse azar todo sozinho, e talvez estivesse se sentindo ainda pior...
Mas, nem
tudo é tristeza aqui nesse estúdio. Quando a Mão do Invisível se cansa de nos
golpear, nos divertimos bastante. Lemos, conversamos, contamos histórias um
para o outro. Tio Augie toca violino, eu canto e danço; Jack come, passeia e
dorme, Edgar crocita e bate suas asas noturnas. Ganhei um quadro e um desenho
do tio; o quadro é lindo, todo colorido; o desenho também era muito maneiro,
ele me desenhou vestida com o uniforme dos Ballycastle Bats! Eu o mostraria
para você se uma estranha e inexplicável rajada de vento não o tivesse atirado
exatamente no meio das chamas da lareira...
Falando
em presente, muito obrigado pelo kit que você me mandou Será muito útil! Mas,
não precisava ter se incomodado
Bem,
Ruivão, acho que é isso, por enquanto. Bom Natal para você e para sua avó, que
vocês sejam muito felizes. Se tiver um tempo, passe por aqui um dia para tomar
chá conosco, Tio Augie sempre pergunta por você... Enquanto isso, vamos
pelejando com o fardo com que as Potências nos presentearam... Pobre Tio Augie!
Abraços,
Raven.
******************
Irlanda,
26 de dezembro
Oi Raven,
Feliz
Natal para você também!
Gostou do
meu presente? Queria que fosse uma coisa que você realmente gostasse e também
fosse útil. Então comprei um kit de manutenção de vassouras para a sua Nimbus
2001. Acho que seria uma boa, especialmente agora que a Meri saiu da equipe de
vôo ornamental e você está como titular.
'Tá, sei
que você queria ser goleira, mas o Seboso - digo o Prof. Snape, já que não
quero estragar o seu Natal - não deixa meninas no time.
O bom é
que, agora, apesar disso, podemos treinar juntos sempre que você quiser. Pelo
menos agora tem uma boa desculpa e o Filch não pode pegar no nosso pé quando a
gente estiver "de bobeira", como ele costuma dizer, no campo de
quadribol.
A vó está
bem, assim como todos da minha família. Na verdade, estamos passando o Natal na
casa dela, como você pode ver pela foto que mando para você. Acho que você
gostaria daqui. È uma cabana perdida no meio de lugar nenhum, rodeada de
árvores, parece até saída de um daqueles livros que você gosta tanto.
Queria
muito conhecer a sua família, você fala tanto deles.
Sobre seu
tio. Eu não tinha pensado nisso antes, mas essa coisa toda do azar dele me
lembra muito uma história que minha vó me contou, de um menino do clã dela,
antes de ela ter se casado com meu vô. Aliás, eu já conversei com ela sobre
isso. Talvez a gente vá até Londres antes de eu voltar para a escola. A vó
ficou curiosa e esta querendo conhecer seu tio. Quem sabe?
Sobre a
bebida...Eu nem preciso dizer nada...Já me basta aquela vez que eu te peguei no
Cabeça de Javali.
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